COEEM comemora 40 anos
Emoção domina o encontro dos 40 anos do COEEM
Silvia Palhano Braga (95 anos), uma das primeiras monitoras do COEEM em 1978, foi muito aplaudida na cerimônia.
O evento foi um verdadeiro mergulho na história da implantação deste Centro, que se transformou em uma referência para o estudo, orientação e educação da mediunidade no Grupo Espírita Batuíra.
Os convidados foram chegando na Unidade Doutrinária Spartaco Ghilardi a partir das 10 horas do primeiro sábado de dezembro deste ano. Com muita alegria, eram recebidos por monitores no hall de entrada, onde eram solicitados a colocar sua impressão digital em uma folha especialmente preparada para ocasião – parte integrante da surpresa da festa.
Acomodados carinhosamente no auditório, os presentes puderam reviver, por meio de imagens selecionadas e projetadas no telão, momentos mais candentes que moldaram e formataram a história de 40 anos do COEEM.
Pontualmente às 10h30, o coordenador geral Claudio Luiz de Florio, com a voz embargada pelas lembranças, já que ele foi um dos seus primeiros monitores em 1978, abriu oficialmente o evento, passando a palavra para Ronaldo Lopes, presidente da diretoria executiva, que ao fazer a prece inicial confessou que o COEM foi a sua porta de entrada, juntamente de sua esposa Sonia Lopes, para frequentar o Grupo Espírita Batuíra, por indicação do Dr. Laércio Toffoli, um dos fundadores do GEB.
História
Tudo começou em 1977, disse Claudio, ao iniciar sua apresentação. Inspirados por um modelo existente no Centro Espírita Luz Eterna, de Curitiba – PR – e certamente orientados pela espiritualidade – começaram os primeiros estudos para trazer o COEM – Centro de Educação e Orientação Mediúnica para o Grupo Espírita Batuíra.
Foi em 8 de agosto daquele ano que a diretoria da época formalizou uma comissão especialmente encarregada de estudar e implantar o COEM, formada por D. Neyde Gandolfi Oliva, Srs. Spartaco Ghilardi, Douglas Musset Bellini, Djalma Pereira Novo e Hermógenes A. B. de Siqueira.
Spartaco, Djalma e Hermóneges Douglas Musset Bellini Neyde Gandolfi Oliva
Em 27 de Agosto os estudos já estavam avançados: o COEM teria duas turmas, às quintas-feiras, uma à tarde, das 15 às 17 horas e outra, à noite, das 20 às 22 horas, depois de um rearranjo no calendário de atividades do GEB.
Claudio explicou que ao examinar as atas preparadas pela Comissão, elas revelavam preocupação de alguns colaboradores do GEB com essa implantação, mesmo porque o COEM representava, naquele momento, uma inovação, pois se tratava de adotar novo e instigante trabalho envolvendo a educação mediúnica.
Ao final da reunião de 27 de agosto, pela mediunidade de Spartaco Ghilardi, manifestou-se o Espírito do Dr. Reinaldo Kurtz Busch, um dos fundadores do GEB em 1964, em cuja mensagem incentivava a criação do COEM dizendo: o trabalho que vai se iniciar não será fácil, mas com a boa vontade de cada um, com o desejo de servir e procurando sobretudo dispor de 2 ou 3 horas, o êxito será total. Com relação à mediunidade, para dissipar a preocupação de alguns companheiros do GEB de então, Dr. Reinaldo dizia: a mediunidade deve ser burilada! E como? Através da escola, da educação e finalmente dos estudos.
Falo-vos não como médico, mas sim como professor, quando me debati, discuti, levantei teses e as minhas preocupações maiores foram sempre no campo educativo. E um centro espírita não deixa de ser também uma escola, não só no título, mas no trabalho, desenvolvendo o trabalho de educação a todos e principalmente aos médiuns, afirmava Dr. Reinaldo.
O trabalho da comissão avançou. No final de novembro daquele ano, tudo estava preparado para o primeiro COEM iniciar-se em 1978.
No dia 22 de novembro, em casa do Sr. Spartaco, Batuíra traz orientações para o COEM que iria se instalar no GEB, conforme mostra a ata daquela reunião.
Ele dissipa as preocupações daqueles que ainda não tinham aderido completamente à iniciativa dizendo que as dúvidas iriam ser esclarecidas ao seu tempo e aqueles que ainda estavam renitentes iriam aderir à nova tarefa.
Batuíra afirma: este curso será realizado com ou sem a permissão dos Espíritos encarnados, pois, reconhecemos que são centenas de pensamentos diferentes e exigir demais não é aconselhável. As falhas serão corrigidas no seu devido tempo.
O trabalho inicial, segundo Batuíra, exigirá dos colaboradores certa rigidez de atitudes, porém sempre sendo complacentes. Ele continua: é preciso desenvolver o trabalho com humildade, pois ele prima pela educação espírita não só na sua mediunidade, mas na própria vida, na vivência dentro e fora do lar. A fraternidade deve ser uma constante e precisamos confiar nos desencarnados, pois assim o trabalho será realizado. Confiar é a parcela de contribuição de cada um, com disciplina sempre, pois o trabalho é a virtude do crescimento e da evolução.
Para fortalecer a convicção de todos naquele momento, Batuíra ainda sugere: vamos iniciar o curso com a estruturação das apostilas, deixando entrelinhas, com um sentimento no coração para que o trabalho possa ser realizado sem incompatibilidades.
E termina aprovando os primeiros colaboradores dizendo as escolhas dos monitores e dos auxiliares foram as melhores possíveis.
1978: Começa o primeiro COEM
E assim foi feito. Em 1978, nasce o COEM, sob a coordenação da Sras. Neyde Gandolfi Oliva e Inezita Porto Pimentel. A supervisão teórica ficou a cargo do Sr. Apolo Oliva e a prática sob a orientação do Sr. Spartaco Ghilardi. A secretaria ficou a cargo da Sra. Arlete Soares Ladeia Guimarães, que teve como auxiliares o Sr. José Ladeia Guimarães Neto (período da tarde) e Sra. Odete F. de Almeida (período noturno).
Na foto abaixo, ao centro, Neyde ladeada por Inezita e Arlete.
Primeira equipe (período da tarde) |
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Monitores: Silvia Palhano Braga, Napoleão Pontes, Ana Garcia Segundo e Ivete Defune. |
Auxiliares: Maria Adelaide Eschenbach, Dinorah Pastore, Isa Helena Valdetaro Pereira, Aparecida Marcorin, Accacia Munhoz Lex, Rosalina Bellini e Carminha Galvez Latorre, Ernani Monteiro de Barros e Wanda dos Santos. |
Primeira equipe (período noturno): |
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Monitores: Olavo Macorin, Djalma Pereira Novo, Claudio Luiz de Florio, Maria Pia de Macedo e Hermogenes A. B. Siqueira. |
Auxiliares: Maura Marçal dos Santos, Delma Toffoli de Oliveira, Alda Toffoli, Eurídice Oliva, Gilse Proença Santos, Elizabeth Fernandes Toffoli, Diva Soares de Siqueira, Therezinha Costa P. da Silva, Aldo de Aguiar e Adherbal Salvador Nespole. |
Foram 137 participantes (58 no período da tarde e 79 no período noturno). Em 1979, no seu encerramento, 103 participantes terminaram o COEM (34 desistiram).
Nova Coordenação
Claudio explicou ainda que em razão de mudança de domicilio de D. Neyde para a cidade de São Carlos (SP) em 1984, depois de 6 anos e 3 turmas de COEM, a coordenação mudou de mãos.
Claudio e Maria Pia Dona Aninha Maria Lúcia Madeira
Desde este ano, com o advento do IV COEM (1984/1985), a coordenação geral ficou sob a sua responsabilidade, que contou coma colaboração das auxiliares Maria Pia Macedo (no período noturno) e Ana Latorre e Accacia Munhoz Lex (no período da tarde).
Somente em 1994, a estrutura sofreu nova alteração, sob a direção geral de Claudio: Wilma Badan Caparroz Gonzales coordena as turmas da tarde, com apoio de Ione Prado de Oliveira Carvalho e Moema Hottum Melane passa a somar trabalho com Claudio no grupo noturno.
Da esquerda para direita: Ione, Wilma, Claudio e Moema
Em 2002, Claudio esclareceu que o COEM de Curitiba passou por uma reformulação, com novas implementações o que diferenciou do modelo adotado pelo GEB. Neste sentido, o COEM do GEB também faz suas adequações e resolveu alterar o nome. Após várias reuniões da Coordenação com os monitores, por sugestão da Dra. Sonia Cruz, colaboradora da monitoria, a denominação passa a ser COEEM – Centro de Orientação, Estudo e Educação Mediúnica.
Tânia Cavalcanti e Jô Ferreira iniciaram o COEEM em Brasilândia. Maria Dolores é monitora.
Em 2004, sentindo o aumento de demanda por parte dos frequentadores da Unidade Assistencial Dona Aninha, em Vila Brasilândia, o COEEM é lá implantado, sob a coordenação de Josefina (Jô) Cavalcanti Ferreira e Tânia Hollanda Cavalcanti. Em 2008, com o afastamento da Jô, a coordenação fica sob responsabilidade da Tânia. O trabalho em Vila Brasilândia tem um significado especial, pois hoje todos os monitores são egressos do trabalho iniciado em 2004, sob a responsabilidade da monitora Maria Dolores Miranda da Silva.
As alterações continuam. Em 2012-2013 Ione deixa a coordenação da tarde, assumindo Sylvana Maria Menezes Fioretti e Mara de Andrade. Em 2016-2017, Maria Angela B. Nunes assume a vaga de coordenação em lugar de Mara.
Sylvana Mara Maria Angela
Coordenação atual do COEEM |
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Coordenador Geral: Claudio Luiz de Florio |
Grupo Tarde: Sylvana Maria Menezes Fioretti e Maria Angela B. Nunes |
Grupo Noite: Claudio Luiz de Florio e Moema Hottum Melani |
Brasilândia: Tania Hollanda Cavalcanti |
Nestes 40 anos de COEEM foram 3.100 participantes e 252 colaboradores, afirmou Claudio.
Árvore Celta
José Carlos Zaninotti trouxe informações sobre o símbolo da árvore celta utilizado no evento, explicando que na antiga Gália os druidas contemplavam nela o símbolo da verticalidade, da vida em completa evolução, em uma ascensão permanente até o céu.
Ao traçar um paralelo com a árvore da vida adotada por muitos países, Zaninotti explicou que um dos seus significados é desenvolvimento do ser humano: cada fase que passa a árvore, analogamente o ser humano, também, vivencia, seja fisicamente ou espiritualmente.
Segundo ele, da semente plantada em 1977 brotou a árvore da vida do COEM. De 1978 em diante fomos criando raízes e nos ligando à matéria, representada pelo estudo, orientação e educação, cuja bússola é Kardec. Sua copa representa ascender às alturas, com foco na mediunidade orientada, mantendo equilíbrio entre o céu e a terra, aproximando-se do Criador, a transcender rumo à evolução!
Em seguida, Moema Melani emocionou os presentes ao declamar o poema escrito por ela para a cerimônia denominado Mediunidade: a árvore da vida.
Árvore da Vida
Entremeadas pelas canções apresentadas pelo cantor Vince, participante do COEEM 2016-2017 do grupo da tarde, Claudio inovou ao exibir maquete de uma árvore da vida, inspirada no modelo da árvore celta da época dos druidas da Gália antiga, onde o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail vivera uma de suas encarnações como o sacerdote Allan Kardec (cujo nome adotara após a revelação da Doutrina Espírita).
Claudio foi agregando na copa da árvore as folhas que representaram cada biênio do COEM-COEEM, que foram inseridas na maquete por um colaborador representante de cada turma.
Quando a copa da árvore ficou pronta, folhas com as impressões digitais dos convidados completaram sua folhagem.
Terminada a montagem da árvore da vida, Claudio apresentou a nova identidade visual do COEEM. Assinalou que o novo símbolo guardava um azul em degradê, partindo do claro para o mais escuro, que reflete a caminhada gradativa e acumulativa dos estudos teóricos e práticos desenvolvidas no COEEM. A luz que ilumina a letra O representa o estudo da mediunidade, que uma vez orientada e praticada proporciona a sua irradiação no contato e no atendimento com os Espíritos, finalizou.
Sementes da Vida
Na sequência, os convidados receberam uma pequena caixinha, contendo um vasinho com terra, uma pequena pazinha e uma semente gravada COEEM 40 anos.
Sylvana Fioretti, da coordenação da tarde, conduziu a dinâmica. Disse que grande maioria dos presentes frequentaram o COEM-COEEM. Inicialmente como participantes e depois como monitores ou colaboradores. Uns chegaram logo no início, nos primeiros momentos. Outros mais para frente e alguns, só recentemente. Existem, ainda, aqueles que até já desencarnaram, mas que lá do plano espiritual, continuam a se dedicar ao trabalho no COEM- COEEM. Há também, continuou, quem esteja desde a implantação até hoje, ou seja, dedicando-se ao COEM- COEEM por 40 anos consecutivos.
Contudo, independentemente da época que cada um chegou, ou do tempo que cada um no COEM-COEEM permaneceu, todos têm algo em comum: trazem na bagagem, experiências marcantes, lindas histórias para contar e muita emoção a compartilhar. E hoje, que temos a oportunidade de nessa festa nos encontrarmos e juntos estarmos, quero convidá-los a reviverem, de forma lúdica, simbólica, mas prática, a experiência que um dia tiveram como monitores do COEM-COEEM.
Convidou a todos a abrirem a caixinha, plantarem a semente e a levarem para suas casas, a regar diariamente, deixando-a em posição de que receba a luz sol e dentro de alguns dias a semente germinará e começará a crescer e, por um mecanismo que desconhecemos, no caule da plantinha aparecerá a mesma inscrição, COEEM 40 que estava na semente.
Através do plantio dessas sementes, podemos relembrar o trabalho realizado no COEM- COEEM.
A cada dois anos, um grupo de monitores, com carinho, entusiasmo, expectativas e até com um pouquinho de ansiedade, aguarda o momento da chegada de novos participantes, da mesma forma e com os mesmos sentimentos que todos aguardaram para abrir a caixinha com a semente.
E ao se abrir a caixinha, percebe-se que, cada participante traz potencialidades em estado latente, muitas sementes a serem cultivadas, entre elas, sementes de mediunidade que encontrando a terra fértil do conhecimento doutrinário e evangélico, em contato com as condições favoráveis para o exercício e desenvolvimento do pensamento mais elevado, equilíbrio, burilamento e aperfeiçoamento interior, que sendo adubadas com o estudo e recebendo a luz da Espiritualidade amiga, vão aos poucos tornando-se plantas mais fortes, capazes de produzir, florescer e frutificar.
E a cada término de COEEM essas plantas são convidadas a percorrerem por terrenos diferentes, e elas seguem por muitos caminhos, florescendo e frutificando, mas deixando por onde passam a marca do COEEM, que para sempre será lembrada.
Não fosse assim, todos os que um dia foram participantes do COEEM e que carregam essa marca, não estariam, hoje, aqui, todos juntos, com muita emoção, comemorando os 40 anos do COEEM.
Emoção e surpresa
No encerramento, uma surpresa carregada de emoção: Claudio foi homenageado pelos seus 40 anos ininterruptos de trabalho no COEEM, recebendo dos monitores uma placa alusiva à data e uma arvore bonsai. As coordenadoras também receberam flores.
Prece Final
A prece final foi emocionante. O cantor Vince interpretou a canção Ave Maria, levando todos às lágrimas. E não podia faltar o tradicional “parabéns a você” e o bolo, servido com muito carinho a todos os presentes.
Na saída, os convidados receberam um envelope contendo o poema de autoria da Moema Melani, um botton e um marcador de livros comemorativos aos 40 anos.
Colaboradores do COEEM 2016-2017 - na celebração dos 40 anos de existência.
- Fotografia: Agradecimento especial a Ruy Gatto.
Flagrantes
Claudio e Ronaldo Lopes Ricardo Pastori e Eduardo Barato Wilma e Shirley
Participantes do COEEM 2016-2017 da Unidade Dona Aninha da Vila Brasilândia
Sylvana, Beth e Flavia Toffoli Sabrina e Luara Efigênia e Meire
Elias Soneto Marcia Zaninotti e Douglas Bellini Hermes e André
COEEM da Unidade Dona Aninha, Vila Brasilândia: da esquerda para direita: Jô, Tânia, Dolores e Renata
Maria Angela, Thatiana e Renata Zaninotti e Clélia Clelia encantou ao piano
Recepção da festa dos 40 anos: Rodrigo e Silvana, ao fundo. Dolores, Efigênia e Fernanda, à frente.
Lourival Grande Zaninotti e Cristian Efigênia e Ruy Gatto
Claudio, Francisco Colloca e Douglas Musset Bellini