Tufi Jubran retorna à pátria espiritual
Tufi era advogado e atuou na política durante muitos anos, tendo sido vereador e prefeito da cidade de Assis (SP). Exerceu o mandato de deputado estadual e foi secretário de governo da cidade de São Paulo. Foi casado com Lucy e pai de Miguel e Gustavo e avô de netos.
Homem ponderado, analisava sempre cuidadosamente os fatos antes de se pronunciar. Quando as questões tendiam a caminhar para o impasse, sempre agia no sentido da conciliação dos assuntos.
Desde o ano 2000 era membro da diretoria executiva do GEB, respondendo pelo seu departamento jurídico.
Quando ocupou a pasta de secretário do município de São Paulo foi um dos articuladores para que a água encanada chegasse ao bairro da Vila Brasilândia, o que acabou beneficiando a Unidade Assistencial Dona Aninha, naquela região da capital paulista.
Diretoria 2015: Tufi Jubran, sentado ao centro, com camisa branca, entre os diretores Geraldo Ribeiro e Ronaldo Lopes.
Na área doutrinária, atuou no GEB como expositor da Doutrina Espírita. Foi um dos líderes da reunião mediúnica de segunda-feira e esclarecedor na equipe de voluntários do trabalho de desobsessão de sexta-feira.
Foi sepultado na cidade de Assis (SP), sua cidade natal.
- Fonte: GEB: 50 anos de Mais Luz, de Geraldo Ribeiro da Silva.
Caro Tufi,
Texto de Geraldo Ribeiro
Estou aqui sentado, diante do computador, pensando em como escrever sobre você. E confesso que não está sendo uma tarefa fácil, pois só o conheço há pouco mais de duas décadas. Sobre seu passado anterior, só vim a me informar pesquisando na internet. Foi aí que me dei conta de que havia estado entre nós - diretores do GEB - uma pessoa que deixou uma história honrosa.
No Grupo Espírita Batuíra, foram 21 anos orientando e resolvendo problemas jurídicos de interesse da Casa. Inicialmente, ocupou o cargo de 1º vogal e, mais tarde, o de diretor jurídico. Mas não se deteve somente nisso. Na área doutrinária, foi palestrante e colaborador ativo das reuniões mediúnicas.
Foi sempre fiel aos seus compromissos. Quando não comparecia, acendia um sinal vermelho em nossa mente e nos perguntávamos sobre o que lhe teria acontecido, se não era um desses problemas comuns a qualquer cidadão. Vínhamos a saber, mais tarde, que você estava internado no Hospital Sírio-Libanês ou no Nove de Julho. Isso porque, nos últimos 10 anos, sua saúde vinha declinando.
Você sempre dizia que iria viver muitos anos. Mas sabemos que os desígnios de Deus são superiores aos nossos. Ele nos chama quando entende que é chegada a nossa hora. A sua havia chegado! Você já havia cumprido uma lista muito grande de serviços prestados à população de Assis, à cidade e ao Estado de São Paulo e, depois, ao Grupo Espírita Batuíra.
Por onde passou, deixou sua marca de luta e de dedicação. Sabíamos que você era natural da cidade de Assis, em São Paulo. Sabíamos também que você fora vereador e prefeito daquela cidade. Depois deputado estadual e, finalmente, secretário de negócios extraordinários no governo municipal de São Paulo.
O que não sabíamos é que você era conhecido em sua cidade natal como o “Prefeito Educação”, pelo seu empenho em erradicar o analfabetismo no município, criando escolas e oferecendo oportunidades aos adultos de frequentar cursos de alfabetização. Além disso, investiu fortemente na ampliação da rede de água e de esgoto da sua cidade. Li que você declarava abertamente que o “Prefeito não é de ninguém: é de todos, é da coletividade”.
Pelo seu modo de agir, bom senso e responsabilidade na administração dos recursos públicos, foi admirado por muitos políticos, independentemente de suas ideologias partidárias.
Nesse tempo em que serviu ao Grupo Espírita Batuíra, você nunca foi de se colocar à frente dos holofotes. Preferiu conviver com os diretores do GEB e amigos de forma humilde, discreta e respeitosa; não olhava de cima para baixo nem se mostrava superior a ninguém. Preferiu a modéstia e a simplicidade, virtudes que poucos possuem.
Escolheu a data de 22 de dezembro de 1933 para vir à Terra. Era descendente de família libanesa. Porém, quis ser brasileiro, nas cores verde e amarela. Partiu para a pátria espiritual no dia 10 de julho de 2021, aos 87 anos de idade. Desencarnou em casa, sozinho, em silêncio, tendo ao seu lado seus guias e protetores espirituais, sob o doce olhar de Jesus.
Sua esposa, Lucy, que já se encontrava no mundo espiritual, está exultante por você estar retornando ao seu convívio. Seus filhos, Miguel e Gustavo, e mais as netas, estão saudosos com sua partida, como todos nós, da família batuirense. Entretanto, sua memória continuará para sempre viva em nossos corações.