Comemoração pela Web
Queríamos estar todos juntos, presencialmente, no dia 25 de abril na Unidade Assistencial Dona Aninha, em Vila Brasilândia. Como sempre fazíamos, nesta festiva data. Cumprimentos, abraços e sorrisos. Entoarmos juntos, de mãos dadas, a Canção da Alegria Cristã, de Leopoldo Machado, a preferida do casal Spartaco e Zita Ghilardi, quando ainda estavam encarnados entre nós. Degustar um pedaço de bolo preparado pela nossa padaria, ao final do encontro. Afinal, a festa presencial seria pelos 50 anos de existência, desde o lançamento da pedra fundamental em uma manhã fria de 25 de abril de 1971.
Contudo, a festividade teve de ser virtual, em razão das restrições sanitárias do momento em que vivemos. Mas, nem por isso foi menos festiva e recheada de emoções. A transmissão de uma live pelo canal GEB da internet realizada na véspera reviveu sentimentos guardados em nossa memória afetiva.
Conduzida pelos diretores do GEB José Carlos Zaninotti e Simone Queiroz, a live reuniu Ronaldo Lopes e Sonia Lopes, ele presidente do GEB e ela diretora do Centro de Educação Infantil da Brasilândia, Geraldo Ribeiro, primeiro vice-presidente, Luiz Mello, segundo vice-presidente e diretor da Unidade Dona Aninha, Cláudio Luiz de Florio, primeiro tesoureiro e Tânia Cavalcante, assessora doutrinária daquela unidade. No apoio da transmissão estiveram Elias de Souza Neto, diretor adjunto da unidade da Caiuby e Jorge Crypko, segundo tesoureiro e ambos membros da comissão de TI da Casa. A prece inicial foi feita por Sonia Lopes, diretora da CEI.
As entrevistas, permeadas pela exibição de imagens do passado e atuais, retrataram a história do cinquentenário da Unidade desde o seu princípio. Claudio Luiz de Florio, que participou da comissão de marketing da construção criada à época, sob a liderança de Douglas Bellini, contou como conseguiram recursos financeiros com a venda de um terreno em Atibaia, doado por um benemérito.
Claudio Luiz de Florio Geraldo Ribeiro Luiz Mello
Luiz Mello, diretor atual da Unidade, com riqueza de detalhes, narrou o intenso trabalho realizado desde a sua inauguração até os dias de hoje e a adaptação aos novos tempos, em razão da pandemia, para dar continuidade ao acolhimento dos assistidos, principalmente transformando a sopa diária em uma marmita fraterna e a distribuição mensal de centenas de cestas básicas à população carente do bairro.
Coube ao diretor de doutrina Geraldo Ribeiro falar sobre o alimento da alma que o GEB proporciona aos assistidos. Ele ressaltou que ao lado atendimento assistencial, a atividade doutrinária sempre esteve presente, começando com a implantação da Escola de Moral Cristã conduzida pela Sra. Vanda Nascimento dos Santos. Outras atividades foram se agregando e se expandindo, reunindo hoje os trabalhos de desenvolvimento mediúnico, fluidoterapia, palestras públicas, a UTE, inclusive com a implantação de uma biblioteca circular, que oferece uma variedade considerável da literatura espírita para estudo.
Ronaldo Lopes, presidente do GEB, por sua vez nos conduziu a uma viagem ao tempo. utilizando como veículo o pensamento e fazendo um verdadeiro exercício de memória, lembrando dos bravos pioneiros que construíram a história da unidade da Vila Brasilândia. Ronaldo, ao citar cada pessoa envolvida, a começar por Spartaco e Zita Ghilardi e os demais precursores, conseguiu que cada internauta refletisse imagens em sua memória e pudesse se deslocar e locomover no tempo, vivenciado a história da unidade, que representa um verdadeiro farol a iluminar vidas. Na foto ao lado, Ronaldo e Sonia Lopes.
Emoção redobrada
Os destaques emotivos da live ficaram por conta dos depoimentos gravados por fundadores, voluntários e alguns assistidos.
Lena S. O. Berezowsky Roberto Tadeu Pereira Rogério Franco
Lena Suzana Oliva Berezowsky, uma das fundadoras do Grupo Espírita Batuíra, relembrou o trabalho que desenvolveu junto de Dona Aninha em Brasilândia, incluindo a organização do dispensário de medicamentos. Participar dos primórdios de trabalho em Vila Brasilândia foi muito gratificante. Chegar lá já era uma aventura, porque além de longe, não havia avenidas, ruas asfaltadas. As casas eram feitas de madeira, o local era muito ermo e fazia muito frio naquela época, disse ela.
A declaração de amor de Hermenegildo Antonio Pastori, que estava acompanhado de sua esposa Dinorah, outro fundador e voluntário em várias funções na unidade doutrinária, inclusive atual coordenador da reunião de educação e desenvolvimento da mediunidade, arrancou lágrimas dos internautas. “Brasilândia você é meu coração, minha vida. Exemplo vivo para todos os espíritas da Caiubi e do GEB. Agora são 50 anos de existência. Serviu para mim e continua servindo como exemplo vivo de trabalho, solidariedade e fraternidade para todos os necessitados,” complementou.
Rogério Franco, coordenador do trabalho da sopa diária, contou que sopa fraterna tem uma missão importantíssima dentro do GEB. Ela acaba sendo muitas vezes a porta de entrada dos assistidos, que vem em busca da sua única refeição. Nós sabemos que mais do que uma rica e quentinha sopa saborosa, o ingrediente mais importante é o amor que todos nós colocamos naqueles panelões e caldeirões todos os dias. Sempre auxiliados pelos nossos guias e mentores espirituais. Por isso, fazer parte da sopa para mim é motivo de muito orgulho, por saber que estamos dando continuidade a um trabalho que começou lá em 1969. É também motivo de muita responsabilidade, pois sabemos da urgência e importância de cada prato de sopa na vida de nossos assistidos. E igualmente motivo de grande realização pessoal por poder ajudar e contribuir pelo caminho escolhido pelo Batuíra e pelas muitas amizades construídas nesses anos todos.
Outro depoimento foi de Roberto Tadeu Pereira, que foi aluno do curso profissional de panificação e hoje é seu professor. “Este curso de panificação foi um divisor de água para mim, onde eu voltei a estudar e hoje em dia eu tenho uma profissão. Com esta profissão, afirma Roberto, eu tenho ajudado a muitas pessoas a ter uma ocupação, que representa dignidade na vida. O Batuíra, aqui na comunidade, é um grande exemplo de amor, de luz, oferecendo muito carinho a todos os que o procuram.
De ex-assistida à voluntaria no GEB
A ex-participante do programa Família Assistida e hoje voluntária do grupo de atendimento jurídico do GEB, a advogada Maristela Ferreira disse que após o período da assistência, quando a sua família se encontrava em uma situação melhor, passou a ser voluntária do mesmo programa Família Assistida, atuando na equipe de visitação. “Eu entrei no curso de direito. Como estagiária, integrei-me ao grupo jurídico da Casa. Após minha formatura, há aproximadamente um ano e meio, continuo fazendo parte do grupo jurídico, como voluntária. O Batuíra mudou a minha vida. Muito mais de assistência material, ele me proporcionou uma assistência espiritual e moral, não só a mim como para a minha família, uma base, uma estrutura para que nós pudéssemos passar por todas as adversidades de nossa vida da melhor forma possível.”
Mãe e filhos: acolhidos pela creche
Sabrina Cristina Ferreira, 29 anos, mãe de 4 filhos, contou sobre o acolhimento que encontrou para ela e seus filhos na creche. Disse que quando ela era ainda criança frequentou o GEB até os seus 5 anos, idade limite para a criança permanecer na creche. “Naquela época, eu tive atendimento médico, dentista, participei das festas de dia das crianças, tudo o que eles podiam fazer pelas crianças, eles faziam. Hoje, são os meus trigêmeos que frequentam a creche e recebem o mesmo atendimento que eu tive. Participei, também, do programa da Família Assistida, que foi muito bom. O Batuíra ajuda muitas famílias, ajudou a mim e ajuda hoje aos meus filhos, pois as professoras e a diretora continuam a nos tratar com o maior carinho... então eu amo o Batuíra,” declarou ela.
As surpresas
Luiz Mello prestou uma merecida homenagem ao pioneiro e desbravador Douglas Bellini, impossibilitado de estar presente e de gravar um depoimento para a live, em razão de recuperação de sua saúde. Luiz disse que as cores que Douglas colocou e coloca em nossa história do GEB são imprescindíveis, não só para a unidade de Brasilândia, mas para todas as outras iniciativas que eu vi nascer por seu intermédio.
É uma pena ele não estar fisicamente neste programa, mas tenho certeza que este ano vamos comer juntos um bolo lá na Brasilândia. Deixo aqui a minha declaração de amor: eu amo o Douglas, ele nos ajuda e nos ajudou em muito como amigo, como irmão, ombro a ombro, em todos os momentos difíceis, até como pai, naqueles momentos que a gente precisa chorar um pouquinho... tenho a certeza que toda a família batuirense tem essa relação de amor com ele, comentou emocionado.
A segunda surpresa foi o lançamento do novo logotipo de Brasilândia. que é um farol estilizado a clarear o bairro com a frase: iluminando vidas há 50 anos.
A terceira foi a apresentação de um vídeo que foi um verdadeiro passeio pelos 50 anos de história da Unidade Dona Aninha, mostrando como a casa está a todo vapor, mesmo respeitando as restrições sanitárias, feito esta semana pela Perla Gonsalez e o Cassiano Passos voluntariamente e especialmente para a ocasião. A prece final, muito emocionada, foi feita por Tânia Cavalcante, assessora de doutrina na Brasilândia.
Bolo
Para festejar, o casal Ronaldo e Sonia, junto da filhinha Puppy, fizeram questão cortar um bolo e cantar os parabéns pelos 50 anos da Unidade Assistencial Dona Aninha, verdadeiro facho de luz que ilumina toda a Brasilândia.
Assista ao vídeo completo
O vídeo, com a gravação completa da live, está disponível neste site. Entre no canal web do GEB (na home, clique em palestra ao vivo e acesse o conteúdo "50 anos em Vila Brasilândia").
O link para acesso é https://www.youtube.com/watch?v=Ddo_KUAKXsg