O Lar Transitório continua sendo mais que uma casa, é um lar!
Pelo segundo ano, o Coronavírus teve impactos em nossa Casa de Cuidados Lar Transitório Batuíra, mas algo não mudou ao longo de toda a pandemia: o atendimento aos assistidos que precisavam convalescer após cirurgias e tratamentos médicos. As portas nunca se fecharam para eles, os leitos ficaram completos durante todos esses meses, mantendo o compromisso do Lar de acolher e oferecer cuidados para o corpo e para o espírito.
No início da pandemia, ainda em 2020, uma série de protocolos entrou em vigor no Lar, para que o vírus não entrasse e pusesse em risco funcionários e assistidos. Assim, passaram a entrar na casa apenas alguns profissionais de saúde e trabalhadores da limpeza e cozinha, serviços essenciais e que precisam ser executados presencialmente. Funcionários do grupo de risco trabalharam de suas casas e o atendimento prestado por voluntários foi suspenso, reduzindo a exposição ao risco. Os assistidos que já estavam lá permaneceram.
Após seis meses de pandemia, e principalmente em 2021, os que podiam ser desligados foram abrindo vagas para novos assistidos, também necessitados de atendimento e cuidados. Todos devidamente testados antes de entrar e depois isolados por alguns dias até se ter certeza absoluta de que não estavam contaminados e não transmitiriam o vírus aos demais. Deu certo! Ao longo da pandemia, NENHUM teve Covid-19. Três funcionários pegaram a doença fora do Lar, mas com o uso correto dos equipamentos de segurança, foram diagnosticados e afastados sem transmissão no ambiente do GEB.
Eduardo Barato, diretor-médico do Lar Transitório, explica que a vacinação contra a Covid foi um divisor de águas:
- Depois que todos os funcionários e assistidos estavam vacinados, finalmente pudemos ampliar algumas atividades. Na impossibilidade de realizar a Fluidoterapia – que levaria mais gente à casa, passamos a fazer um Evangelho no Lar e, em setembro, retomamos as reuniões de desobsessão, que são muito importantes. Com o esquema vacinal completo, começamos a volta gradativa de alguns voluntários como dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, além do acompanhamento externo dos assistidos, quando necessário. Tudo sempre devidamente discutido e autorizado pela presidência do GEB.
Mais para o final do ano, tivemos também a volta – com distanciamento - das aulas de alfabetização, fundamentais no processo de ressocialização de nossos assistidos e preparo para uma nova vida, ao deixarem a nossa casa e irem em busca de oportunidades no mercado de trabalho.
2022: esperança e cuidados
Todos sabemos que, apesar de as casas espíritas serem como pronto-socorro espiritual– e mesmo materiais no caso dos serviços assistenciais que mantêm – é preciso zelar para que a volta de atividades não configure um risco aos frequentadores e assistidos. Assim, em 2022, aplicados os protocolos que vêm sendo estabelecidos pela diretoria de saúde do GEB, a intenção é gradativamente retomar a agenda. No Lar Transitório, o plano é voltar às sessões de Fluidoterapia, mas ainda será definido se será no formato de antes ou com adaptações.
O doutor Eduardo explica:
– A previsão é reiniciarmos presencialmente as oficinas de arte, musicoterapia, roda de conversa, em 2022, com a manutenção de todas as medidas de proteção. E, assim, sempre com segurança, irmos adaptando as atividades à nova realidade. O fato de termos em São Paulo toda a população adulta já vacinada e registrarmos um dos menores índices de infecção do país nos estimula a ir em frente, com confiança na ciência e, claro, em Deus.
- Texto de Simone Queiroz
- Publicado no Batuíra Jornal nº 146