Memorial Spartaco Ghilardi: justa homenagem
Foi inaugurado oficialmente no dia 12 de maio, o Memorial Spartaco Ghilardi, que reúne o acervo deixado pelo médium.
O nome Spartaco, como sabemos, se identifica com o Grupo Espírita Batuíra, do qual ele foi o principal fundador. Falar o nome dele é trazer à nossa lembrança o Grupo Espírita Batuíra, e vice-versa.
A ideia de se criar o memorial já vinha sendo cogitada desde que Spartaco retornou à pátria espiritual, em 29 de outubro de 2004. Entretanto, ela só ganhou força, a partir de maio de 2013, quando sua esposa, D. Zita, também se juntou a ele na espiritualidade.
Agora, o Memorial está pronto, e pode ser visitado por todos aqueles que tiverem interesse em recordar ou conhecer um pouco da vida do médium. O projeto mostra uma sequência de fotos, remontando a vida do médium, os amigos, seu segundo lar – o Grupo Espírita Batuíra - além de documentos pessoais, e sua biblioteca, rica em dedicatórias de autores espíritas famosos.
Sabemos da dificuldade que existe no pensamento do brasileiro, quando o objetivo é documentar a memória de alguém. Nossa cultura não valoriza esse tipo de iniciativa que, em outros países, é prática comum. No meio espírita, então, as opiniões divergem bastante. Uns acham que é um culto ao personalismo; outros um estímulo ao orgulho e à vaidade; outros ainda que os recursos poderiam ser mais bem aplicados se fossem destinados aos pobres.
Todos esses argumentos têm, em certa medida, seus fundamentos e devem ser respeitados. Mas, é preciso pensar no futuro. O futuro não prescinde do passado para nortear nossas ações no presente.
Geraldo Ribeiro, primeiro vice-presidente e coordenador do trabalho de implantação do Museu, destaca a importância de sua instituição asseverando que se a história não for documentada, como aqueles que estão chegando depois de nós poderão orientar seus passos? Onde irão buscar referências? Portanto, precisamos conhecer aqueles que renunciaram a vida neste mundo, por muito amarem àqueles que passam por provações ou expiações difíceis. Não é sem outro motivo, que já existem vários memoriais que homenageiam líderes espíritas importantes. Spartaco, para nós, é um deles. Desse modo, entendemos ser esta uma justa homenagem a esse Espírito notável, que tanto nos ajudou e ajuda-nos até hoje.
Inauguração
O Memorial Spartaco Ghilardi reúne valioso acervo, que resgata a história do médium fundador de nossa casa. Todos temos motivo para visitá-lo. Quem conheceu Spartaco, vai poder matar as saudades. Quem não o conheceu, ganha a oportunidade de aprender um pouco do que ele realizou durante 90 anos de vida na terra. A inauguração foi em 12 de maio, quando Spartaco completaria 102.
A cerimônia contou com a presença de familiares de Spartaco e de d. Zita, com quem ele foi casado durante 59 anos, e que teve papel fundamental para a existência do GEB. As filhas do casal, Rina e Anália Ghilardi cortaram a fita, abrindo oficialmente o memorial, e mesmo antes disso, já haviam contribuído decisivamente para iniciativa do Grupo Espírita Batuíra, ao doarem farto material que guardavam do pai. Enfim, as relíquias de família se transformaram num acervo público.
Anália e Rina estavam emocionadas e agradecidas: “Senti-me outra vez no quarto dos meus pais, principalmente por causa da estante, onde minha mãe ,que gostava muito de ler, guardava seus livros. Quase pude vê-los ali outra vez”, contou Anália.
“Sinto-me muito feliz ao confirmar a admiração que todos têm por meu pai. É mesmo um privilégio ser sua filha. Quando eu era criança, me estranhava ouvi-lo chamar a todos de meus filhos. Hoje percebo que todos aqui somos irmãos em Cristo, e também em Spartaco”, disse Rina.
Acervo
O público vai encontrar mais de 400 livros da biblioteca de Spartaco, fotografias que registram a história do GEB, documentos pessoais, como a certidão de nascimento emitida na Itália em 12 de maio de 1914, cartões de Natal e bilhetes escritos à esposa Zita, que comprovam o profundo amor e a admiração que uniam o casal. Um dos móveis existentes na sala, como adiantou Anália, veio da casa dos Ghilardi.
O material começou a ser reunido primeiramente por Yvan Calvo, antiga frequentadora do GEB, mas a tarefa foi continuada e terminada por Sandra Salvitti, e o casal Ruy e Efigênia Gatto, com a contribuição da arquiteta Alessandra Dias Capella na adequação do acervo ao espaço. O primeiro vice-presidente do GEB Geraldo Ribeiro coordenou a equipe de trabalho.
Douglas Bellini, presidente do Conselho de Administração do GEB afirma que o Memorial é uma justa e merecida homenagem a Spartaco, e cumpre um papel importante em nossa casa: “Não se trata de idolatrar a figura do nosso Spartaco, mas é importante que as futuras gerações o conheça e também o trabalho que ele realizou, e reconheçam nele um exemplo, um modelo. A inauguração do Memorial é mais uma etapa vencida”.
Singela cerimônia
A cerimônia teve a participação do Coral Interlúdio, que entre outras músicas, cantou uma que Spartaco gostava particularmente – Canção da América (Milton Nascimento) – e cujos versos se harmonizam perfeitamente à ideia da homenagem:
“Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam “não”
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.”
Funcionamento Memorial Spartaco Ghilardi: 2a, 3a e 4a feiras, das 14h30 às 16h30 Para visitas em grupo, é necessário favor agendar com Sandra Salvitti, pelo celular: 97205-1333. |
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Flagrantes
Texto: Geraldo Ribeiro e Simone Queiroz - Fotografia: Ruy Gatto