Suely Caldas Schubert no GEB
Suely lembrou que, como espíritas, temos mais consciência que outros irmãos cristãos, que ainda acreditam em uma única existência, e portanto, não sabem que nascemos para evoluir. O Espiritismo, explicou ela, nos leva a pensar grande, a pensar que estamos aqui por um projeto, e que cada existência é importante no conjunto.
- Temos que ler e estudar mais, porque o conhecimento nos dá uma visão feliz do universo, nos damos conta de que somos cidadãos do universo.
Gota e o oceano
A palestrante citou a pergunta 621 de O Livro dos Espíritos:Q. 621: Onde está escrita a lei de Deus. EV: “Na consciência.”
E complementou afirmando que a nossa consciência é a base do espírito imortal, porque nela está o arquivo da nossa vida pregressa.
Suely citou o pensador indiano Rumi, autor da frase "Você não é uma gota no oceano. Você é um oceano inteiro numa gota”, para explicar nossa relação com Deus:
- Podemos dizer que somos gotas, e o oceano é Deus. Então o oceano está contido em nós, as gotas, tanto quanto nós estamos contidos no oceano. Portanto, Deus está em nós quando estamos em Deus.
Na ocasião, Suely Caldas Schubert deu entrevista especial para Batuíra Jornal. Acompanhe.
BJ: Como a senhora tomou consciência da sua mediunidade? Quantos anos a senhora tinha?
SCS: Tomei conhecimento da minha mediunidade aos poucos. Eu comecei a trabalhar na área com 16 anos, quando comecei a aplicar passe. Comecei aplicando passe. Naquela época não havia, como hoje, grupos de estudos da mediunidade. Eu tinha grupo de estudos porque, sendo de família espírita, o meu pai tinha uma biblioteca muito vasta e eu li muito sobre isso. De maneira que quando eu comecei, eu já tinha uma base pelo menos de conhecimento.
BJ: Qual o significado da mediunidade na sua vida?
SCS: A mediunidade significa pra mim um instrumento de trabalho. Eu escrevi um livro que eu coloquei o título “Mediunidade, caminho para ser feliz”. No trabalho mediúnico, no trabalho de doação às pessoas, a pessoa vai conseguir uma alegria, uma felicidade, que a gente não consegue traduzir. Agora, é imprescindível estudar, participar. Não é assim ‘ah, porque eu tô vendo espírito’ e já pensa que tem condições para frequentar um grupo mediúnico. Tudo isso precisa ser feito em etapas apropriadas para conhecimento.
BJ: É uma prova ou uma expiação?
SCS: Nem uma, nem outra. Eu tenho procurado desconstruir essa ideia de mediunidade como prova. Não é a real. Quando uma pessoa ao participar da mediunidade, trabalhando, se ela tem algum tipo de sofrimento, esse sofrimento faz parte da vida dela. Não é por causa da mediunidade. Ela tem uma vida de provações ou uma vida de expiações. Nesse caso, a mediunidade está inserida nesse contexto. Portanto, não é a mediunidade que faz, é a vida da pessoa, o contexto da vida da pessoa. E com isso ela pode, no trabalho mediúnico melhorar. Melhorar essa situação de sofrimento. Ela abre caminho para melhorar.
BJ: Kardec diz em O Livro dos Médiuns que somos todos médiuns. Como devemos entender essa informação?
SCS: Todos somos médiuns no sentido de que captamos energias, emitimos energias, captamos pensamentos e emitimos pensamentos. Nesse sentido nós somos médiuns, não conscientes disso. No momento, em que a pessoa começa a ter consciência disso, que está captando pensamento, que está tendo a possibilidade de ouvir, de ver espíritos, ela pode estar tendo um indício da mediunidade. A mediunidade está desabrochando, mas aí vem um grande problema. Pode ser também que aí comece um processo obsessivo. É preciso procurar uma casa espírita e ali a pessoa vai expor a sua condição, e vai ser orientada. Porque cada caso é um caso. Dizer aqui que é sempre assim não seria correto. Nós temos que analisar o caso, a pessoa, a personalidade, a vida que ela tem, uma série de circunstâncias para ter uma noção.
BJ: A mediunidade deu alegrias para a senhora?
SCS: Só alegria. Eu nunca tive nenhuma dor, nenhum sofrimento que eu atribuí à mediunidade. Pelo contrário, a mediunidade… eu não sei viver a minha vida sem o trabalho mediúnico. Mas acima de tudo está a doutrina. Eu não coloco a mediunidade acima da doutrina. Não! O Espiritismo, o Evangelho do Cristo à luz da Doutrina Espírita está em primeiro lugar na minha vida.
E ao término da entrevista, disse:
SCS: Fico muito feliz de estar aqui com vocês do Grupo Espírita Batuíra, desejando muita paz e muita luz para todos. Muito obrigada.
Ao final da palestra, Suely autografou suas obras no auditório do Grupo Espírita Batuíra.
- Texto e fotos de Simone Queiroz.
- Publicado no Batuíra Jornal nº 137